Teste

teste

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O CONGRESSO DE PARIS


No dia 18 de Dezembro teve lugar em Paris um acontecimento que poucos noticiaram, outros tentaram proibir, muitos mais calaram e alguns pensam que se vai tornar histórico: um Congresso Internacional contra a Islamização da Europa organizado por 32 organizações* que contou com a presença de 24 oradores: jornalistas, intelectuais, sindicalistas e políticos vindos de vários países europeus e de quadrantes políticos e profissionais diferentes.

Uma faceta muito interessante dos vários discursos foi precisamente a heterogeneidade das intervenções. Cada orador abordou o tema, a islamização da Europa, a partir da sua experiência pessoal ou política. Porque, além de vários políticos, havia um sindicalista, uma dona de casa, intelectuais, um especialista em demografia, femininistas, uma arabista, escritores, jornalistas e até um...... marxista, o professor de filosofia Jacques Philarchein!

Por isso, rapaziada, há aqui anti-islão em várias línguas e para todos os gostos (ideológicos):

Para as leitoras do FIEL recomendo especialmente a pop-star do Congresso, o suíço Oskar (dos minaretes) Freysinger: engraçadíssimo, erudito e bonitão. Mas como nem só de sexo vive a mulher, a seguir podem ir ver o que nos diz a feminista Anne Zelensky, que era companheira de luta da Simone de Bouvoir. Os esquerdistas podem rever as suas teorias marxistas com Jacques Philarchein. A malta da intersindical devia ouvir o que o delegado de Forces Ouvrières, Carl Pincemin, nos diz sobre Islão e o mundo do trabalho. Os russófilos podem deleitar-se com a escritora Elena Tchoudinova, que em russo aborda os problemas que os russos têm com os seus muçulmanos – sempre julguei que fosse ao contrário!

Marie-José Letailleur é o exemplo da dona de casa dinâmica e criou um movimento de bairro contra uma mesquita clandestina. Anne-Marie Delcambre, arabista e grande especialista do Islão, com vários livros publicados, explica a doutrina e diz-nos que não há diferença ‘entre islam et islamisme (fundamentalismo)’. Da Alemanha veio o político, René Stadtkewitz, que foi há pouco tempo expulso da CDU (de Angela Merkel) por ter convidado Geert Wilders para uma conferência em Berlim. Mas já formou um novo partido e é melhor orador que o nosso Geert, que não veio – cabrão! Para mim, e só para mim, fico-me com a melodiosa voz da lindíssima e charmante Christine Tasin de Risposte Laïque. Estou apaixonado e já lho disse (por outras palavras). Creio que vou fugir outra vez prá França…

Coloquei, por enquanto, apenas legendas em português - nem imaginam o trabalho que isto dá! AJUDA, PRECISA-SE - na intervenção do primeiro orador do congresso, o marroquino Pascal Hilout, isso porque ele é da minha terra… No vídeo que vem a seguir ele é apresentado pelo simpatiquíssimo Pierre Cassen, que juntamente com Christine Tasin é um dos dirigentes de Riposte Laïque, a alma deste Congresso e a pessoa que me pediu para traduzir o manifesto.




Para obter legendas em português, já sabem como é, é só 'choosar language portuguese'.


• Résistance républicaine - Actions Sita - Free World Academy - Institut Européen de Socialisation et d’Education - L’Elan Nouveau des Citoyens - Bloc identitaire - Comité Lépante - Ligue du droit des femmes - Riposte Laïque - Vérité, valeurs et démocratie - Novopress - L'Ordre républicain - Liberty vox - Rebelles.info - Le Gaulois - Puteaux-libre - Union gaulliste - Drzz.info - SDF - L’Observatoire de l’islamisation - Parti de l'In-nocence - Ligue de Défense française

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

No reino da blindada trafulhice

Nesta história dos blindados estamos limitados ao óbvio e ao que a empresa declara. A versão do governo, habituado a mentir com todos os dentes, pouco garante.

Começámos por ouvir o governo dizer que chegariam para a cimeira da Nato. Ouvimos que seriam devolvidos se não chegassem a tempo. Sabemos que não chegaram a tempo e todos sabemos também que a cimeira já acabou há séculos.

Fomos recentemente informados que o prazo que implicava que as viaturas fossem entregues antes da cimeira estava (finalmente?) prestes a expirar. O prazo expirou sem que as viaturas fossem entregues.

O fabricante reclama que não foram entregues porque as condições meteorológicas não permitiram que as companhias de transporte aéreo pudessem operar.

O governo diz que já não quer os blindados e a empresa fabricante diz que irá para tribunal reclamando que se tratou de motivos de força maior (actos de Deus) previstos na legislação geral.

Se a empresa for para tribunal e a coisa tiver mesmo que ser resolvida nas barras portuguesas demorará fatalmente 20 anos a chegar ao fim e o estado terá que indemnizar a empresa no equivalente a uma frota de submarinos.

Entretanto, parece que o estado já arrecadou o IVA relativo à importação dos blindados que declara não tencionar aceitar nem pagar.

É por estas e por outras que Portugal se tornou um país em que não se pode confiar. Não confia nem quem cá mora nem quem o vê de fora.

... mas o mais provável é que o nosso magalhónico governo, que já não passa de um jarrão de flores murchas, venha a ser 'convidado' a aceitar os blindados e baixar a garimpa .... ou os juros se encarregarão de o obrigar a 'reconsiderar'. Não voa alto quem quer, voa quem sabe e pode.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Do Socialismo Nosso Pai

Ligo para a Caixa Geral de Aposentações. Linha de atendimento. Um minuto ou mais de informação prévia. Sem utilidade de maior. Remetendo sempre, no final, para o sítio da CGA. Passamos para as opções. Um… não. Dois… não. Três… não. Quatro… não. Cinco… não. Seis… não. Sete… não. Oito… não. Nove para falar directamente com alguém. Nove.

“Devido ao elevado número de chamadas, a linha encontra-se indisponível. É favor tentar mais tarde. Para evitar custos telefónicos, desligaremos a sua chamada”.

De repente, fico com dúvidas sobre a minha capacidade auditiva!

Torno a ligar. Deixa-me cá escolher esta opção. Mais informação semi-inútil. Mas a CGA tem tudo no sítio. Em seguida: “Devido ao elevado número de chamadas, a linha encontra-se indisponível. É favor tentar mais tarde. Para evitar custos telefónicos, desligaremos a sua chamada”.

Ouvi bem??!

Ligo de novo. Agora vai ser esta. Lá vem a informação da treta. E a gravação, para reafirmar que a Caixa Geral de Aposentações tem o que é preciso no sítio devido. Depois: “Devido ao elevado número de chamadas, a linha encontra-se indisponível. É favor tentar mais tarde. Para evitar custos telefónicos, desligaremos a sua chamada”.

Sim, ouvi.

Ouvi.

Ouvi. Ouvi.

E tornei a ouvir no dia seguinte.

E...

Uma vez que não existe qualquer indicação em como a chamada seja grátis, isto só pode significar que os serviços (o que neste país assim é chamado) do Estado determinam, a bem do cidadão, o que este deve gastar em chamadas telefónicas com o Estado. Que o Estado cuida de mim como se cuida de uma criança. Paternalmente. Ensinando-me brandamente, com o seu exemplo, que não devo insistir em falar com quem não está interessado e só na aparência quer ouvir-me. Que devo antes poupar esse dinheiro para comprar uma carcacinha no dia seguinte. Que é mais prudente e mais assisado desistir de confrontar quem é mais poderoso do que eu.

O Estado português, com José Sócrates como timoneiro e Teixeira dos Santos como negreiro, assume uma tarefa pedagógica inestimável: a de domesticar o português. Deste modo, o mesmo processo com que aumenta a receita através dos impostos e reduz a despesa através da diminuição ou a extinção dos serviços justificativos da sua existência, serve-lhe para definir e me avisar do alcance dos grilhões e do chicote de que dispõe. Com a bestialidade de que só um autêntico matarruano é capaz de sacar das entranhas.

Pois que outro, senão um vero labrego, seria capaz de ser tão arrogantemente esfarrapado nas suas razões? Quem, senão um habitante dos bidonvilles da política, seria capaz de lançar mão de semelhante pobreza argumentativa? A quem, senão a um mendigo do espírito, seria capaz de sequer passar pela cabeça uma tal indigência ameaçadora?

A quem, senão aos actuais supremos coveiros do que resta deste país?

As "fronteiras de 1967"

A avaliar pelo tipo de argumentos brandidos pelos chamados “apoiantes da causa palestiniana” (uma estranha salada que junta no mesmo alguidar, islamistas, neonazis, esquerdistas, anti-semitas e cristãos formatados na teologia da libertação), a liderança palestiniana tem conseguido, nos últimos tempos, impor no debate sobre o conflito israelo-muçulmano, a falácia das “fronteiras de 1967”.

Com sucesso assinalável, já que a chamada “opinião pública”, de um modo geral ignorante das minúcias do conflito, acolhe facilmente este tipo de spin, como uma ideia “justa” e razoável para resolver os problemas. Recentemente os caudilhos esquerdistas da América do Sul, (assumidos ou com vontade de o ser) decidiram reconhecer um Estado palestiniano nas “fronteiras de 1967”.

Fica bem, soa bem, dá uma aura de correcção política, faz acreditar a certas pessoas que esta gente sabe do que fala, mas há um pequeno problema: é que tais fronteiras não existem, nunca existiram, nem nos factos, nem na lei, nem em qualquer documento negociado.

Não havendo também nenhuma fronteira natural, não há maneira de, nos termos da lei internacional, reivindicar como fronteira internacional aquilo que é basicamente uma linha de cessar-fogo. Mas é exactamente isso que a Autoridade Palestiniana parece pretender.

O que é esta “fronteira de 1967”?

Nada mais do que as linhas de cessar-fogo da Guerra de 1948, a partir das quais o Exército Israelita avançou em 04 de Junho de 1967, na chamada Guerra dos Seis Dias. Não se trata de qualquer fronteira histórica, natural, demográfica ou internacionalmente reconhecida, mas apenas o resultado de um armistício entre Israel e os estados árabes vizinhos em 1949, após a derrota destes últimos, na sequência da sua mal sucedida invasão do território israelita. Eram, na prática, as linhas definidas pelas pontas das espingardas das tropas em 1º escalão, quando entrou em vigor o cessar-fogo e válidas, naturalmente, enquanto ele se manteve.

Como aliás o reconhece a Resolução 62 do CS, de 16 de Novembro de 1948, que apela à demarcação de uma linha de armistício, mais conhecida por “Linha Verde”, por vir marcada a verde, no mapa anexo à Resolução. A qual sublinha, sem margem para subtilezas interpretativas, o carácter temporário da Linha, declarando que as fronteiras definitivas seriam resultantes de negociações entre as partes.

De facto a Jordânia, para justificar o seu ataque a Israel em 1967, afirmou, pela boca de um seu representante oficial, que “
Há um Acordo de Armistício: o acordo não fixa fronteiras, fixa linhas de separação. O acordo não faz juízos sobre direitos políticos, militares, ou outros. Assim sendo, eu não reconheço território nem fronteira [Embaixador da Jordânia, antes do ataque]


A Resolução 242 do CS (1967), após a Guerra dos Seis Dias, naturalmente não apela ao regresso à anterior linha de armistício, nem a qualquer fronteira concreta. Apela a Israel para retirar “de territórios ocupados no recente conflito
” e não “dos territórios ocupados no recente conflito”, e insta as partes a negociar.

Que partes?

Israel e os Estados árabes a quem pertenciam esses territórios e a partir dos quais atacaram Israel.

Entretanto surgiram os palestinianos como identidade política. É uma nova realidade e reconhecida como tal, pelos israelitas que com eles estabeleceram negociações. Arafat, em carta a Yitzhak Rabin, declarou que : “A OLP compromete-se no processo de paz, na resolução pacífica do conflito e declara que todos os problemas (refugiados, fronteiras, etc) serão resolvidos através de negociações. O próprio Abbas se comprometeu inúmeras vezes com a negociação e os termos do Quarteto (30 de Abril de 2003), referem também a necessidade de negociar.

A actual AP, acreditando que a nova Administração americana e o clima internacional lhe são favoráveis, recusa agora negociar e foge para a frente, pretendendo impor unilateralmente as “suas” fronteiras a que chama "fronteiras de 1967". É uma boa tentativa, mas trata-se de um acto de força da parte de quem pensa que a tem. Um bluff de poker que é, todavia, absurdo, porque assente na crença de que nada tem de ceder, uma vez que se espera que venha alguém impor à outra parte, de forma imperial, os termos que lhe agradam.

Infelizmente, no mundo real, nada funciona assim. Actos unilaterais só resultam quando se tem força para os impor.

Comportar-se como se isso fosse verdade, é viver num universo paralelo, no guião de um filme de Hollywood, ou nos fundos nevados de um guarda-fato que dá para Nárnia. E é uma cretinice.

É que, num jogo a dois, a outra parte também pode jogar. E com ases.

E se um caniche pensa que, por ladrar mais que o rotweiller, ficará com o osso todo, é provável que acabe sem osso e sem os próprios presuntos.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Mestria de aprendiz sobre saco-de-gatos "palestiniano"

Comentário de Aprendiz, aqui deixado:

"Voce não entende mesmo o básico, uma guerra civil num pais não faz com que esse pais deixe de existir ou tenha que haver reconhecimento de vários estados e governos conforme controlam mais ou menos área, o reconhecimento estado (territorio)está acima disso."

A questão é que nunca existiu um país chamado palestina, englobando os territórios hoje chamados de Cisjordania e Gaza. Foi proposta pela ONU a criação de um estado árabe na Terra Santa, mas sua criação não interessou, na época, nem aos países de fala árabe vizinhos, nem aos próprios "palestinos" (que não chamavam asi mesmo assim). Agora, nem mesmo essas duas regiões tem ainda a estrutura completa de um estado, seus governos já estão divididos (de forma aparentemente irremediável). Se vierem realmente a fixar-se na forma de entidades políticas estáveis, é muito mais provavel que seja na forma de dois estados e não um.

De qualquer forma, dez mil declarações da Jordânia e Síria de apoio à criação de um "estado palestino" não mudam o que é muito mais firme que uma declaração: o objetivo de mais de meio século de seus governos de usarem essa situação para aumentarem seus próprios territórios, influência e vantagens econômicas. Sob esse aspecto, a futura existência de um estado em Gaza parece menos ameaçada do que a de um estado na Cisjordania, por dois motivos:

1.Tanto israelenses quanto egípicios não sentem nenhuma atração por Gaza, gostariam e que existisse um muro imenso entre seus países e esse território, nada querem saber dele, que veem apenas como fonte de problemas.

2. PARTE dos israelenses e dos jordanianos veem a Cisjordania como um território que deveria ser seu. Os israelenses, pelo fato de ser um território ligado à história de seu povo. Os jordanianos pelo fato de seus líderes jamais terem desistido de usar o conflito para incorporar território. E esse território em particular esteve em suas mãos por 19 anos, ninguém queria toma-lo, seus habitantes não queriam declarar independência (embora a ONU tivesse declarado que poderiam). Perderam-no numa guerra malograda que eles não começaram e na qual só se envolveram por terem sido enganados pelos egipcios. É duro perder um território dessa forma. As doutrinas cridas pelas elites da Jordânia e também da Síria rezam que a "palestina" é meio de ganho de território. Não há motivos pelos quais eles possam mudar essa doutrina, a não ser se vierem a ser convencidos de que é um objetivo impossível, mesmo a longo prazo. Mas mesmo assim, ainda manteriam tal doutrina como um mito, por razões de política interna.

Agora pensemos nos israelenses.

A doutrina de política exterior dos israelenses, até o final da década de 60 era muito simples: sobreviver hoje, isso basta.

Mas finalmente, após tantos ataques que sofreram, os israelenses pensaram: se somos nós que estamos sendo atacados, temos o direito de tomar territórios dos atacantes, isto os forçará a sentar na mesa de negociações connosco. Esses territórios tomados aos atacantes foram 5:

1. Colinas de Golã. Um território minúsculo, que pertencia à Síria e nada tem a ver com o problema palestino, o motivo de sua tomada foi apenas militar. Era fonte de ataques de artilharia e a única porta de entrada dos exercitos sírios em Israel (a não ser que eles passem por um terceiros país). Certamente só seria devolvida num acordo em que os sírios se mostrassem inteiramente confiáveis, isto é, não nos próximos 1 milhão de anos ...

2. Sinai. Muito maior que todos os outros territórios juntos (maior até que a atual área de Israel) e com grandes riquezas minerais. O principal objetivo de sua tomada pelos israelenses era obrigar os egipcios a pararem de ataca-los. Bastou uma assinatura num papel para que os israelenses develvessem tal território ao antigo agressor, com todas as benfeitorias que haviam construído lá.

3. Gaza. Jamais fez parte do antigo Israel (a não ser provisóriamente, como parte de ações militares). O povo judeu não tem laços históricos nenhuns com esse território. Sharon fez muito bem desengaja-lo, mas errou feio ao não aproveitar a oportunidade para conseguir algum tipo de acordo.

4. A parte oriental de Jerusalém. A grande população judaica que vivia lá foi expulsa quando de sua tomada ilegal pela Jordânia agressora. Quando de sua libertação, os israelenses não expulsaram nenhum dos árabes que lá habitavam. Seu significado simbólico é grande demais, de forma que os israelenses jamais aceitarão um acordo que torne os alije de seus lugares santos. Insistir, como fazem alguns com a absurda tese de que "Jerusalém é a capital da 'palestina' e os judeus nada tem a ve com ela" é trabalha contra a paz. Qualquer acordo de paz verdadeiro implicará em que tanto judeus como árabes terão acesso livre aos antigos edifícios religiosos e lugares santos (com é agora).

Até agora, falamos daquilo que é mais ou menos senso comum na sociedade israelense. Mas agora há a questão espinhosa.

Da mesma forma que Gaza e o Sinal o território chamado Cisjordânia foi tomado ao agressor numa guerra defensiva, com o objetivo de troca-lo por uma assinatura em um acordo de paz. Mas os acontecimentos se desviaram do planejado, tanto de um lado como do outro.

Os secularistas esquerdistas da OLP, cevados na antiga Alemanha Oriental e Romênia do ditador Ceausescu, sempre garantiram aos jordanianos que a palestina era apenas um mito que seria útil à Jordânia. Os imãs fanaticos diziam que queriam criar o grande califado, eliminando Israel. As ocidentais diziam que eram os legitimos representantes de um povo oprimido. Não mentiam, talvez, apenas aos russos, seus verdadeiros mentores, que deles só cobravam que nunca permitissem qualquer espécie de paz.

Coerentemente, Arafat até o fim enrolou o máximo, impedindo de todas as formas que qualquer acordo chegasse a bom termo.

Ocorre que os atuais dirigentes a ANP não são Arafat. Eles tem em suas mãos um proto-estado, o poder, grana e prestigio que isso dá, e poucas das responsabilidades que isso exige. É dificil imaginar Abbas pensando "certo, vamos nos ater ao plano original, isso é apenas um mito para vender vantagens aos jordanianos, sirios e russos". Até porque Abbas realmente nasceu na Terra Santa, tem raizes, e sabe o que era mito para Arafat tornou-se realidade na mente do povo. Seria difícil imaginar o povo de Ramalah aceitando passivamente a sumiço de seu protótipo de país e a incorporação à Jordânia. Os jordanianos diriam "após décadas de sofrimento de vocês conseguimos finalmente recuperar o território que perdemos numa tremenda burrada". E os "palestinos" responderiam: "Pois tomem bala vocês também"!

O mito tomou o lugar da realidade e a alterou.

Os jordanianos sabem disso. Não sei o que pretendem fazer, mas suas opções vão diminuindo. Na pior das hipóteses, poderão criar uma situação de conflito para tentar obter vantagem.

Também, do ponto de vista dos israelenses, os planos foram atropelados pela realidade. Para entender como isso aconteceu, devemos conhecer um pouco da sociedade e política israelense. Em primeiro lugar religiosos em israel são minoria (não mais uma pequena minoria, mas ainda uma minoria). Grande parte dos fundadores do país eram socialistas que gostariam de criar uma utopia judaico-árabe. Outros eram religiosos que apenas queriam viver na terra de seus pais. Outros queriam viver sem ser perseguidos. Uma grande parte eram judeus que viviam na própria Terra Santa ou nos países muçulmanos a sua volta, e só queriam escapar da situação de dhimis.

Um esclarecimento: Há uma profecia na Tanach (Atigo Tstamento) que afirma que toda a terra das fronteira do Egito até o rio Eufrates seriam de Israel. Ocorre que isso nunca aconteceu, e todos os grandes grupos religiosos judeus, ou não creem nessa profecia ou acreditam que apenas o Messias, quando ele vier, teria autoridade para realiza-la. Considerando que a maior parte da sociedade israelense é secular e que os religiosos creem que nada devem fazer para cumprir tal profecia (ou não creem nela) a sua influencia nos acontecimentos é nula.

Uma vez que os isralenses tomaram território aos jordanianos em 67, o optaram por reter esse território para posteriores negociações (como fizeram com o Egito), os acontecimento tomaram seu rumo, de forma imprevisível a todas as partes. Os jordanianos haviam dominado tais territórios por apenas 19 anos, e anteriormente a isso muitos judeus viviam lá e os religiosos tinham total liberdade de visitar os lugares santos (pois essa região tinha um significado histórico muito grande para os judeus, ao contrário de Gaza que foi apenas o território do antigo povo filisteu, seus inimigos, ou mesmo que o Sinai, que foi apenas lugar de passagem em suas história). De qualquer foram, uma vez feita paz com o Egito, os israelenses podem visitar livremente a peninsula, como turistas.

Mas a Cisjordânia era diferente. Muitos judeus haviam vivido lá até recentemente e foram expulsos sem indemnização. Os religiosos ficaram proibidos de visitar seus lugares santos, altamente significativos. Quando os militares israelenses tomaram a Cisjordânia, os religiosos encararam isso como uma libertação.

Grupos religiosos e nacionalistas argumentaram que todos os árabes que não fugiram durante a guerra de libertação, puderam ficar e receberam cidadania. Mas os judeus que viviam na parte "palestina" da Terra Santa foram ilegalmente expulsos pelos jordanianos. Por uma questão de isonomia, argumentavam, da mesma forma que os árabes-isralenses tinham suas cidades e vilas dentro de Israel, os judeus tinham o direito de ter suas cidades e vilas dentro da Cisjordânia, ainda mais que lá existiam muitos lugares santos e reminiscências arqueológicas, havia sido ganho em uma guerra de defesa e seus habitantes judeus foram expulsos ilegalmente.

Ocorre, acidentalmente, que o sistema parlamentar israelense, dá um poder exageradamente grande a pequenos partidos, que são muito ideológicos e auto-coerentes, e que os grandes partidos, tanto de esquerda quanto de direita são obrigados a apaziguar com concessões políticas.

Mas judeus vivendo na Cisjordânia não eram como árabes vivendo em Israel acabaram percebendo que seus vizinhos eram hostis. Considerando que todo civil israelense são é um reservista, essa população de judeus que já era armada, tornou-se ainda mais militariazada.

Que pensaram os grandes partidos? "Isso não é de todo mal, obrigará os jordanianos e outros a negociarem logo". Que pensaram os militares "Isso não é de todo mal, nos dá profundidade estratégica". Políticos e militares quiseram ser espertos. Hoje a população judaica fora das fronteiras de 67 é de centenas de milhares de pessoas, muitas em grandes cidades. É um nó difícil de desatar, e provavelmente nenhuma governo israelense sobreviveria à tentativa de "desengajar" tantas pessoas.

Portanto, o que era mito ou truque na visão dos políticos de ambos os lados, o tempo transformou num problema real.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

UM NATAL SEM DEUS...

Como não tenho nada que fazer hoje: não tenho bacalhau de molho, ninguém cá em casa sabe fazer rabanadas, a minha família está longe, os meus filhos vão para os copos com amigos da idade deles, os meus amigos de esquerda preferem não estar comigo em noite de amor, vou publicar um vídeozinho do meu Guru sobre o Natal.

Mas apesar dos poucos afazeres já não vou ter tempo para traduzir as legendas do vídeo para português, o que desde já peço imensa desculpa ao Pat Condell e a todos aqueles que durante as aulas de inglês passaram o tempo a olhar para as pernas da professora em vez de aprender o verbo ‘to be’, porque alguma coisa vou ter que comer e beber dentro de muito pouco tempo, e não vai ser pouco...

Vá lá, só a introdução:

Porque razão celebro o Natal? Bem, não posso falar em nome dos outros ateus, mas eu não celebro o Natal por ser um festival cristão, porque não é, e tão pouco porque é um festival pagão, o que é, se realmente é alguma coisa, mas simplesmente porque é uma fantástica desculpa para celebrar alguma coisa e para beber umas cervejas nestes dias escuros de inverno.

Se o Natal não existisse eu inventá-lo-ia precisamente por esta razão.


Mais música e menos ideologia por favor...

(...)

Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,

Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei que moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.

(...)

Fernando Pessoa

Farto de Lisboa e da enjoativa ginjinha (com ou sem elas), vou a um café em Pamplona e de repente, dentro dele, Deus existe, aqui, no País Basco, com ou sem Etas…


Buraco George Hussein Bush Obama - o messias



Entretanto, Obama, o vidente dos futuros risonhos, autoriza a entrada de raparigos nas forças armadas.

Ana Gomes deve estar com mixed feelings. Recordemos palavras suas:

1 - Obama, neo-con:
É que Guantánamo, tal como outras invenções da "guerra contra o terror" de George W Bush e dos seus cérebros neo-cons, alimenta o terrorismo que diz combater: como este artigo explica, a prisão serve como uma verdadeira escola de recrutamento e formação de quadros terroristas.

2 - Obama-o-trabalhador:
Uma semana depois de ter sido eleito Presidente dos EUA, Barack Obama e a sua equipa já estão a trabalhar no prometido encerramento de Guantánamo.

3 - Obama, prémio nóbel da paz e respeitador das "leis":
Mas a verdade é que, nas primeiras horas no cargo, Obama determinou a suspensão das comissões militares de Guantanamo, anunciou o início do encerramento da prisão e vincou a transparência e respeito pela lei que nortearia sua Administração.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Bombástico!!!!

Obama acaba de determinar a libertação de todos os presos de Busssssh e o fecho e devolução de Gantanamo a Cuba:
The Obama administration, ProPublica's Dafna Linzer first reported, is about to issue an executive order that gives shape, contour and future life to indefinite detention for Guantánamo detainees.
Ana Gomes deve estar em transe.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Acorrentados, certamente por razões "humanitárias"

No 31:
Durante os anos 90, por razões profissionais e na minha qualidade de membro da Comissão Nacional de Facilitação e Segurança do Transporte Aéreo (a chamada "FALSEC", integrando representantes da Força Aérea, PJ, GNR, SEF, PSP, etc) chegaram ao nosso conhecimento dois factos: de um avião da "Cubana" que escalava em trânsito o aeroporto da Portela, tinham fugido do Ilyushin dois cubanos que após saltarem a vedação do aeroporto tinham desaparecido na noite de Lisboa; foi-nos dito, embora informalmente, que os tais dois cubanos iam de regresso a Cuba na condição de presos por serem "perigosos deliquentes" - razão pela qual as autoridades policiais tinham de os encontrar e "devolver". Mas nessa altura nem os Cubanos tiveram a lata de invocar o "direito aéreo internacional", nem ninguém se lembrou de acusar o Governo por "deixar passar" presos pelos nossos aeroportos!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mas ainda há quem não se vergue perante uma certa “Espanha” idealizada por Zapatero

Estes são os meus desejos de..... BOAS FESTAS

Camaradas, é preciso aproveitar agora, enquanto não estamos limitados às delícias do socialismo de estado, ou pior ainda, ao islamismo, que nestes dias anda de mãos dadas com a igualmente muito puritana esquerda marxista..



Tudo malta amiga

Mr. Gore’s “mistake” wasn’t an error. It was, by his own admission, a calculated decision that no longer benefits him. The problem is that by taking so long to correct himself, he has already done astronomical damage: Corn is scarcer for those who really need it. Investors who believed the hype now might lose money. Taxpayers have been bilked for billions. The farmers who saw their product subsidized and overvalued risk the fallout of a bubble burst.
Esta receita aplica-se integralmente à nomenklatura socialista, esquerdalha e verdelhoide que empesta o estado e os partidos (uns mais que outros) em Portugal. Mário Moniz Pereira tem razão: há que dinamizar a Associação de Amizade Portugal-Portugal.

domingo, 19 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O grande mal da Wikileaks…



"A supressão da privacidade é o objectivo fundamental do totalitarismo", diz-nos o famoso médico inglês Theodore Dalrymple, na melhor análise que li sobre o assunto e que foi aqui colocada em forma de link por Go_dot.


Nós não precisávamos da Wikileaks para nos dizer entre outras coisas que o presidente francês é um homem banal com tendências autoritárias, ou que Silvio Berlusconi, o primeiro-ministro italiano, gosta de dar umas quecas por fora. Também não é lá muito tranquilizador ver as nossas suspeitas confirmadas em mensagens da diplomacia americana, mas se eles tivessem dito algo completamente diferente a gente provavelmente não teria acreditado.

Depois dos primeiros tremores de prazer pela atrapalhação demonstrada pelos poderosos, um prazer semelhante a ver um homem majestosamente digno escorregar numa casca de banana, começa a avistar-se as verdadeiras consequências da maior revelação de documentos oficiais da história do mundo:

A Wikileaks vai muito mais longe do que apenas expor injustiças, ou supostas injustiças: está inconscientemente a trabalhar para o totalitarismo.

A estratégia que está por detrás da Wikileaks é que a vida devia ser um livro aberto, em que tudo aquilo que é dito ou feito seja imediatamente revelado a toda a gente, em que não haja acordo, acção, nem conversações secretas. Na visão fanaticamente puritana da Wikileaks, nem uma pessoa nem uma organização deve ter algo a esconder. Creio que não vale a pena perder tempo em argumentos contra uma visão tão infantil da vida.

A verdadeira consequência da Wikileaks vai ser profundamente e precisamente o contrário daquilo que queriam obter. Muito longe de um mundo mais transparente, vão provavelmente criar um muito mais reservado. O sigilo, ou melhor, a possibilidade de haver sigilo, não é o inimigo mas a condição prévia para haver franqueza.

A Wikileaks vai semear desconfiança e medo, na realidade paranóia; no futuro as pessoas terão grande relutância a exprimirem-se abertamente (….).

Isto pode vir a acontecer não apenas em ambiente de trabalho, mas também na esfera privada [temos o exemplo actual da Coreia do Norte, cdr]. Uma cortina de ferro poderia fechar-se, não apenas na Europa de Leste, mas no mundo inteiro. Um reino de virtude assumida seria imposto, em que as pessoas apenas dirão aquilo que não pensam, e só pensam aquilo que não estão dispostas a dizer.

A destruição da diferença entre o que é da esfera privada e o que é público sempre foi um dos grandes objectivos do totalitarismo. Abrir e ler os e-mails de outras pessoas não é diferente de abrir e ler as cartas que não nos são dirigidas. Na realidade, a Wikileaks assume o papel de censor do planeta, mas assumir este papel requer uma surpreendente grandiosidade moral e muita arrogância. Mesmo que algumas maldades sejam expostas, ou ventiladas algumas verdades, o fim não justifica os meios.

Theodore Dalrymple, a physician, is a contributing editor of City Journal, the Dietrich Weismann Fellow at the Manhattan Institute, and author of Not with a Bang but a Whimper and other books.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Abaixo o DHMO






A
s luminárias esquerdalhas e verdelhoides querem agora erradicar o monóxido de dihidrogénio. Nem o Borba escapa.

Não se percebe

No Blasfémias:
Como é que Assange cometeu o erro capital de ter feito estas revelações quando na Casa Branca não está um republicano. Igual erro de palmatória cometeram os controladores aéreos espanhóis quando avançaram para a greve quando na Moncloa não estava o PP. Estas criaturas não lêem? Não ouvem? Não vêem? Não sabem que estas coisas só se fazem quando a esquerda dita democrática, romântica, sonhadora, boazinha, cheia de causas e de padres está na oposição? Tanta distração e ingenuidade tinham de ter um castigo: Assange está detido por umas acusações mal engendradas e os controladores aéreos espanhóis andam agora a apurar se se lhes aplica o código de justiça militar!

Negociações de paz.

A Administração americana anunciou que os esforços para relançar as negociações de paz entre Israel e os árabes da Palestina, falharam e que será necessária uma nova abordagem

Os palestinianos não tardaram a vir a público afirmar que se os EUA não são capazes de forçar Israel a congelar a actividade imobiliária em certas zonas, então não servem como mediador.

Nesta postura está toda a falácia do pensamento dos árabes: a inabalável crença de que Israel não tem vontade própria, que é um pau mandados dos americanos e de que numa negociação eles, palestinianos, nada têm de ceder, tendo apenas de exigir que os americanos forcem os israelitas a fazerem aquilo que os palestinianos querem.

Enquanto este tipo de pensamento mágico dominar a cosmovisão dos árabes da Palestina, nada de substancial conseguirão. Na verdade lograrão apenas uma atitude mais dura e intransigente da parte dos israelitas.

O falhanço destas negociações estava pois inscrito nas estrelas.

Há um ano Israel, para criar um clima de diálogo, congelou unilateralmente certas construções. Tratou-se de um gesto de boa vontade.
Os árabes da Palestina fizerem de contas que não era nada com eles e só a um mês do fim da moratória se dignaram sentar-se à mesa.
Para logo a seguir sairem, alegando que Israel estava outra vez a construir. E a partir daqui, aquilo que era apenas um gesto de boa vontade dos israelitas, tornou-se uma exigência incontornável que nunca o tinha sido até aí: os israelitas tinham de congelar todas as construções onde os palestinianos entendiam. Se o não fizessem, eles não voltariam a negociar.
A Administração Obama, claramente hostil a Israel, tentou conseguir mais um congelamento. Israel fez-lhe um manguito e bem.

E agora?

Agora Israel vai continuar a construir, os árabes da Palestina vão outra vez ter ocasião de perceber que negociar não é exigir que outrem force os nossos adversários a fazerem o que nós queremos. E, claro, nada irão ganhar.

É o que acontece a quem não encara a realidade tal como ela é e pensa que outros hão-de vir para nos resgatar miraculosamente. Uma parte cujas cartas são fracas, acredita que pode ditar condições a quem tem melhores cartas, porque no fundo pensa que está no recreio e que alguém virá forçar o outro a jogar mal.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Wikileaks dá dicas a terroristas...

Matança do porco na nossa terra, quando ainda era possível...

No blogue holandês De Dagelijkse Standard (a norma diária) titulava hoje Willem Jan Hilderink: “Wikileaks dá dicas a terroristas”.

O resto do texto:

A seita do Julian Assange publicou hoje uma lista com lugares que são vitais para os Estados Unidos. E eu pergunto-me se os terroristas sabiam do interesse que Beverwijk [pequena vila a norte de Amesterdão, cdr] tem para os EU; é lá que os cabos da comunicação transatlântica desembocam. A informação que a lista inclui é também mais interessante para terroristas do que proveitosa para tornar o mundo mais transparente.

E isso é mesmo típico da Wikileaks: tornar o Ocidente em geral e os EUA em particular mais vulneráveis para mal-intencionados. Tudo isso para confrontar o Ocidente com os seus corruptos fundamentos. Muito bonito, sim senhor, este tipo de aulas-práticas do Derrida, mas terrivelmente prejudiciais para a segurança e a paz no mundo.

Pergunto-me que mal haverá nesta lista americana? Porque razão não podem os americanos fazer uma lista dos locais com alguma importância estratégica para eles? Será isto mais um exemplo típico do espírito imperialista tolhido pela deusa Mamona? É evidente que não. Mas para o Assange sim: ele é tão paranóico como os fundamentalistas islâmicos, que atrás de qualquer acidente vêem a mão sinistra do Ocidente. Os mesmos terroristas que ele agora ajuda a executarem finalmente um atentado contra os Estados Unidos.

É que desde 2001 que os terroristas não conseguiam atingir os americanos no seu próprio território, por isso é que recorreram a atentados cometidos em países que mantêm contactos cordiais com o inimigo mortal, o imperialismo. Por estas razões esta lista é uma nova ameaça para os EUA. Julian Assange, com isto, não diz nada mais do que: atingir um destes alvos é atingir os EUA. Por isso, não é de estranhar que os americanos abrissem a caça ao homem, e que o preferem mais morto que vivo….

O Islão e o Ocidente


No próximo dia 16 de Dezembro, pelas 21:00, na Reitoria da Universidade do Porto.
Debate sobre este tema com:

Marques Guedes
Mónica Ferro
Maria do Céu Pinto
E este vosso criado.

Proponho-me ser da máxima incorrecção política....

sábado, 4 de dezembro de 2010

Climategate-II


Uma das grandes notícias relativamente a Cancun refere-se à quase completa indiferença com que a comunicação social portuguesa a presenteia.

Parece que, entretanto, como há um ano, uma (nova) vaga de escandaleiras se alinha no horizonte. Climategate-II?



O "sistema capitalista"

Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, afirmam que a "mudança climática" é culpa do "sistema capitalista".

Claro que sim. Sistema capitalista...Ocidente...a culpa do "homem branco"...americanos...judeus.

What else?


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ernâni Lopes

Ernâni Lopes 1948 - 2010

Do estado "poupador"

Aqui (via Cachimbo de Magritte):
O actual ataque gratuito é fundado sobre uma mentira: supostamente o ENEC estaria a ser financiado em doses escandalosas, sorvendo indevidamente o nosso dinheiro, que é escasso. Vejamos a verdade dos factos. Um aluno do ENEC custa-nos a todos 4.200 euros por ano, um aluno do ensino estatal custa-nos 5.200 euros por ano (OCDE). Mil euros menos por ano e por aluno! Pode custar ainda menos? Se sim, pois que se negoceie a revisão dos contratos, sempre com os olhos postos também nos custos daí derivados para a qualidade do ensino. Agora, o Ministério da Educação vem propor passar o custo do aluno do ENEC para 3.300 euros, enquanto mantém o do ensino estatal muito acima.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tequiiiiiiillllllllaaaaaa!!!!!!!!!

Racionemos, pois então!

Cancun:

Contrariedade

Felizmente foi a Suécia, terra do mais puro "social". Olhem se fosse a Suíça! Ou Bussssssshhh!

Da Verdade da Crise

Da sempre latente (não deixem de visitar o Blue Breve) picardia entre mim e o Eurico Moura, (ver caixa de comentários) cá vai:

“Sem prejudicar os outros, diz o Kel. Pois aí é que está o busílis. Que outros? Há muitos interesses diferentes e antagónicos e no fim vence o mais forte. É tudo uma questão de poder e o poder ganha-se com poder.”

É verdade. Por exemplo, o poder de aplicar as correctas medidas conducentes à compensação desses atropelos tem levado a uma sociedade mais igual: mais pobre. Distribui a pobreza. Quem pode manda e quem manda, manda que se redistribua a riqueza alheia. Feitas as contas, a pobreza generaliza-se. Com o bucho aos berros, grita-se pelo socorro do mais forte que … acaba por ganhar. Já ruminando, volta-se a resmungar que a riqueza que vai chegando ao estômago está mal distribuída e volta a deixar de se comer e volta a perder-se tempo e oportunidade de … comer.

“Nada tenho, ideologicamente, contra o capitalismo. Tenho tudo contra os capitalistas que desrespeitam os mais elementares valores da ética, da moral, sujeitando os que vivem do trabalho, a uma exploração ignóbil para acumularem riquezas igualmente ignóbeis.”

Caro Eurico, trata-se da defesa daquilo a que o Eurico chama moral. Cada um tem a sua. Apesar disso, gostava que me explicasse como seria possível encontrar dinheiro que permitisse reunir a tecnologia necessária à longevidade que hoje gozamos.

A canção da “moral” e do “ignóbil” tropeça sistematicamente no facto de ser exactamente onde o capitalismo mais “ignóbil” mora que a qualidade de vida das pessoas melhora mais rapidamente. Há até quem diga que isso acontece por falta de moralidade, por ser essa a forma mais rápida dos ignóbeis ganharem ainda mais e mais rapidamente.

“E nutro o mesmo sentimento por aqueles socialistas, de emblema, cuja prática revela os mesmos atropelos.”

Naturalmente que isso é bicho morto e, concedendo que o Eurico não vai por esses caminhos, percebo também que a sua tese enferma de bastantes das falhas que moram nas monas dos saudosistas em causa.

“Mas mais ainda me revolta aqueles que não sendo nem capitalistas nem socialistas e que, como eu sempre viveram do trabalho, militarem ao lado dos que os exploram.”

Ora vê! E acha que eles não têm moral? Será que militam por masoquismo ou por verem uma brecha de redistribuição para o lado deles?

“Na nossa geração assistiu-se a uma filosofia de ensino e educação que advogava uma total liberdade para as crianças, no seu desenvolvimento como adultos. Os resultados de uma contaminação dessa filosofia nas escolas está a dar os seus frutos. E bem amargos eles são...”

Mas isso, mau caro, é a reencarnação da teoria do ano zero. Do zero de que nascerá o homem novo: fraterno, multi-tudo-e-mais-alguma-coisa, portador da mais burilada e suprema moral, solidário, …. mas bronco. Bronco, incapaz de fazer o que quer que seja pela sua vida, capaz apenas de fazer aquilo que o resto do mundo não quer fazer, capaz apenas de trabalhar para o mais trambolho dos capitalistas a quem chamará “salvador” e ... levando, ao fim do mês, o salário de miséria reservado aos que militarem ao lado dos que os exploram. … tá a ver o filme?

Nesta coisa de interesses é de esquerda quem der mais poder ao “povo”. E dar mais poder ao “povo” é dar mais autonomia a cada um dos cidadãos e não ao “povo” em si. Mas essa esquerda, meu caro, não existe há muito. Desapareceu. A “esquerda” que há limita-se a fazer o que o Eurico acusa os capitalistas de fazerem mas sem criarem qualquer riqueza e, necessariamente, não a podendo distribuir (nem me atrevo a escrever ‘re-distribuir’). Repare, se assim não fosse o capitalismo definhava automaticamente, vergado à superioridade do ‘alter’. Como diz (algures) o Eurico, coisas de Darwin. Quem quereria trabalhar para um capitalista se pudesse optar pela via do homem novo? A “esquerda” que existe é composta por uma escumalha que pretende viver à custa dos que ela consegue “libertar” das garras do capitalismo.

“Mas também me surpreende que os liberais da economia, muitos deles se auto nomeando de bushistas, não dêem aos outros povos o direito de, na sua própria casa, fazerem o que muito bem entendem, levando-lhes a guerra e seus horrores, para lhes proporcionar as liberdades da democracia. Um pouco paradoxal, não. Consubstancia-se na frase canalha: Tens de ser livre!”

Tem razão. É a tese possível para ouvidos que gostam de implementar a democracia nas escolas. Em boa verdade, salvo algumas excepções (a da Coreia do Norte será, provavelmente, mais uma dentro de pouco tempo), trata-se de guerras para’ erradicação da malária em terra alheia’. Repare como a República Dominicana se arrepiou pelo aparecimento de malária no Haiti. Parece que a malária não conhece fronteiras, como também não as conhecia o internacionalismo proletário ou, voltando ao presente, o terrorismo islâmico. Mas até quando Pol Pot foi derrubado os oponentes à ditadura “tens de ser livre” se arrepiaram. Seriam o mesmo tipo de receios expressados pela República Dominicana?

“2- Mais uma vez as energias renováveis. A dimensão do problema não é passível de ser avaliada por um tipo com boas intenções que faz umas contas sobre o joelho.”

Pois não. Os únicos gajos que sabem fazer contas são os que têm calculadora. Se calhar, por prémio por alguma cedência por militarem ao lado dos que os exploram.

“Muitos factores estão envolvidos e a análise de um ano atípico ou até de um longo período futuro, diferente em termos meteorológicos, não invalida a utilidade da ideia.”

Sempre que as contas não batem certo descobrem-se “muitos factores”.

“No inicio da aviação ou mesmo do automóvel, muitas foram as vozes discordantes e cépticas em relação à utilidade de tais loucuras.”

Tenho por aqui um livro que se chama qualquer coisa como ‘As mais disparatadas invenções’. Quer que lhe transcreva algumas? Que disparatada 'invenção' recente lhe parece ser a mais forte candidata?

“Numa coisa eu concordo. O aproveitamento da energia produzida por esses meios hídricos e eólicos deveria ser mais regional. O transporte dessa energia é caro e pouco eficiente.”

Mas as pessoas não moram no alto das serras e é sempre necessário elevar a tensão para transporte. Foi por isso que se inventou a corrente alternada.

“Outro factor que tem penalizado a produção eólica tem sido a alteração dos padrões de vento, que se tem verificado, comparada com os estudos e medições dos anos anteriores. São aquelas alterações climáticas que não iriam acontecer...”

Veja lá. As “alterações” previam de tudo. Uns defendiam que o vento iria aumentar. Outros, desaparecer. Uns defendiam que iriam aumentar os fenómenos extremos nomeadamente furacões. Outros defendiam que o fenómeno extremo seria a falta de variação na velocidade do vento.

O que aconteceu, meu caro, é que nada aconteceu a não ser o aumento do disparate: espalharam-se milhares de quixotescos moinhos de vento que agora alguém terá que pagar. Não é ainda claro que serão pagos aos furibundos capitalistas ou aos ecologistas. Se for este o caso, um perdão cairá, certamente, sobre as nossas cabeças. Mas tenho para mim que se vai voltar a redistribuir a pobreza.

Da religião aquecimentista em sabores



Entretanto, malta eco-terrorista, das duas uma: ou não puxam o autoclismo ou terão que exercitar as 50 formas de amar o vosso fígado.

Da cerimónia em curso, prevalecerá a suprema e extrema vontade de se voltarem a encontrar. Aposto que as beatas e beatos em causa nem se deslocam com quem mais regularmente exercitam a inteculturalidade sexual nem se atrapalham face a tal verdade científica de que são acometidos sob forma de perplexidade.

... sete monos.

[Via Eco-Tretas, WSWT, Real Science]

terça-feira, 30 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

Kel Kelly: The Case for Legalizing Capitalism

Modernidade:





Marc Morano - Inconvenient Truth About Green Agenda

 
IPCC:

"... one must say clearly that we redistribute de facto the world's wealth by climate policy."

O filme

... é como ver-se o filme do livro que se escreveu ou se ajudou a escrever aqui no FI (e ainda por aí).

Portugal meteu-se no embuste levado por um grupo de luminárias de uma qualidade que pela "Europa" pulula.

A "Europa" convenceu-se que serial alguém se, perante o mundo, se apresentasse unida. Se se apresentasse como um todo e a falar a uma só voz. Se se tornasse uma espécie de EUA.

Mas esta "Europa", quem é? É uma elite bem "pensante". Uma elite que se acha detentora das boas virtudes sem as quais o mundo nunca poderá ser "O" mundo.

Mão à obra, cedo se alavancou na afirmação de que a democracia era o seu fiel de balança e cedo começou a ratificar comportamentos anti-democráticos carimbando-os de "modernidade alter cultural". Em paralelo, começando a sentir que o "seu povo" estava pouco virado para tão zenitais desígnios, começou a encanar os métodos democráticos: remeteu referendos ao calabouço; desenhou, em auto-gestão, tratados que reflectiam as crenças das luminárias; entrincheirou-se em pentágonos de burocracia sem mais-valia; inventou pelouros de louros próprios; manipulou as suas finanças de forma a "poder" financiar tudo e todos; debitou umas quantas tranças "sofisticadas" sobre as linhas como que outros se coziam; reclamou-se juíza em conflitos sobre os quais nada percebe nem tenciona perceber; reclamou-se disponível para intervenções armadas roendo a corda à primeira vertigem de bala na helicoidal; reclamou-se disponível para as correctas (desta vez) intervenções armadas roendo a corda antes de vestir a farda para a saltar; saltitou, baixinha, tentando impor as "boas regras" aos gigantes; esvaiu-se em auto-elogios de mundo da correcta e final regulamentação e do rumos ao perfeito futuro; declamou, alto e bom som, que as verbas que em todas as direcções fluíam não apenas provariam a justeza das "ideias" como as alicerçariam pelos resultados em prática; e ...

Começa o filme e tona-se óbvio a desnecessidade em aquecer a cadeira apara além do genérico inicial porque nele pululam as velhas luminárias da obsolescência. Todo o filme é sobre o podre, sobre o gripado. A baleia, de barriga para o ar, aguarda, impotente o arpão do primeiro zarolho.

A Alemanha assusta-se. Deve lembrar-se ainda e bem de quanto custa construir sobre ruínas. Os seus antigos oponentes, desconfiados e contemplando as cicatrizes das farpas que em momento de decisão lhe aplicaram à carapaça, suspiram de alivio por nunca terem embalado no grotesco Euro.

A América, a "retrógrada" da perfídia dos piqueniques de chá contra as novas energias do Irão, contempla a velha Europa. A boa América, a mulata, a encornada em Berlim e abandonada no Afeganistão, junta os cacos da marretada que, fresquinha, lhe foi aplicada pelos seus "reaccionários" votantes.

E entretanto na Índia, na Coreia do Sul, no oriente longínquo em geral, o mundo pula e avança face à estupefacção de vans rompuyadas em patéticas e desparasitantes tertúlias. Ah grande cavador da 'comprativa'.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Do conto do vigário para alunos das Novas Oportunidades



A OMM refere que, ao longo dos 10 mil anos anteriores à era industrial, que começou em meados do século XVIII, o dióxido de carbono manteve níveis quase constantes, de 280 ppm (número de moléculas do gás por milhão de moléculas de ar seco).

Desde 1750, o dióxido de carbono aumentou em 38%, especialmente por causa das emissões da queima de combustíveis fósseis, desflorestação e alteração no uso da terra.

A OMM recorda que 60% das emissões de metano são de origem humana e que os 40% restantes derivam de fontes naturais.

O organização alerta que o aquecimento da Terra poderia provocar um aumento das emissões de metano nas regiões árcticas, o que é motivo de grande preocupação para a OMM.

Como é possível tamanha desonestidade e tamanho descaramento?!

Leitura obrigatória


Brevemente irei defender uma tese sobre "Guerra Assimétrica: O Ocidente e os seus inimigos".

Já está escrita e já foi entregue.
O notável discurso do fundador da HRW, Robert Bernstein, esta semana, na Universidade de Nebraska, e publicado no New York Times, é um magnífico resumo de parte da minha tese.

Vale a pena ler.

Está lá tudo, com uma clareza que só a idade dá.



Se Israel tem, porque é que o Irão não pode ter?-2

Repetindo o que já aqui escrevi, quando se aborda a questão do nuclear iraniano, é recorrente o argumento de que “se Israel tem, então o Irão também tem direito a ter”.


Politicamente falando, todos os estados soberanos reservam para si o direito de desenvolver programas nucleares para fins civis e militares. EUA, Rússia, China, Índia, etc., fazem-no. Israel não se sabe, porque mantém uma politica deliberada de “não confirmo nem desminto”, por razões estratégicas, mas presume-se que sim.


Há vários anos que, no quadro das Nações Unidas, se procura controlar estes programas, porque se acredita que a proliferação tornará o mundo inseguro, pela multiplicação das possibilidades de erro, irracionalidade e escalada.

Foi por isso que muitos países se comprometeram voluntariamente com o Tratado de Não Proliferação.

O Irão foi um deles. Tal como Portugal.

Assinar o TNP implica a expressa renúncia a programas militares e a aceitação de inspecções dos programas civis por parte da AIEA.

Ou seja, Portugal e o Irão podem ter um programa atómico, podem enriquecer urânio, mas têm de seguir os procedimentos e limitações decorrentes do tratado que assinaram. Uma delas é não enriquecer a 90%, que serve apenas para produzir engenhos explosivos nucleares.

O problema com o Irão, é que não está a fazer nada disso.

O Irão pode, a qualquer momento, retirar-se do tratado, e prosseguir com os seus programas de forma soberana.

Não o faz, porque quer manter-se na luz da legalidade e sabe que se dela se retirar antes de ter disponíveis vectores nucleares, será tratado como o vizinho perigoso da rua, e os vizinhos podem mexer-se para o impedir. Não tenho qualquer dúvida que se retirará no momento em que esteja na posse de sistemas operacionais.

Em termos de Direito Internacional, existe um problema: o Irão, ao ocultar sistematicamente à AIEA, partes do seu programa nuclear, e ao colocar obstáculos às actividades de inspecção, violou e viola os compromissos que assinou,

Por isso é perfeitamente natural que se instale a suspeita de que as suas intenções não são claras. E é daí que brota o alarme e a mobilização de uma grande parte da comunidade internacional, perante aquilo que percebem naturalmente como uma ameaça à sua segurança.


No plano político, quais as razões pelas quais o Irão prossegue tais actividades e, especialmente, por que razão tenta ocultá-las?

A diferença entre o Irão e Israel (ou o Reino Unido), é que os poderes destes países não passam a vida a ameaçar outros países de que vão fazê-los “desaparecer do mapa”. São actores racionais.

A França está aqui perto, os seus aviões, submarinos e mísseis alcançam o local onde moro, e nem por isso me sinto preocupado. Na verdade Portugal está mais seguro pelo facto de países aliados terem armas destas.

Na inversa, não acredito que um iraquiano, um saudita, um egípcio, etc., se sinta mais seguro por ter como vizinho um Irão dotado de armas nucleares.

Pelo que se sabe, é justamente o contrário, de tal forma que até os sauditas, inimigos figadais de Israel, permitem discretamente que aviões israelitas sobrevoem o seu território, no caso de um ataque ao Irão.

O programa israelita é uma ameaça para os vizinhos? Alguns acreditam que sim e, no limite é-o mesmo, uma vez que Israel usará o seu arsenal se a sua sobrevivência estiver em causa, mas limitemo-nos aos factos: os belicosos vizinhos de Israel manifestam-se contra, obviamente, mas não com grande indignação, porque sabem que Israel é um actor racional, pelo que nem sequer tentaram iniciar uma corrida ao nuclear, para contrabalançar, coisa que já estão a fazer relativamente ao Irão.

Porquê? Pelas mesmas razões que levam a Alemanha a não criar um programa nuclear militar para equilibrar o inglês. Porque tanto a Alemanha como os vizinhos de Israel percebem tratar-se de programas defensivos, meras forças de dissuasão, que não se destinam a ser usadas, mas sim a dissuadir ataques.

Se o Irão preocupa, é porque é percebido como um estado revolucionário; porque sabemos que, quando dispuser de um guarda-chuva nuclear, o irá utilizar para incrementar o apoio a movimentos terroristas nos países vizinhos, sem temer sofrer retaliações; porque tememos que possa encaminhar para estes grupos, alguma dessa tecnologia; porque se trata de um governo repleto de fanáticos religiosos e não confiamos que gente desta seja capaz de gerir racionalmente uma situação de tensão; porque sabemos que os vizinhos irão, também eles, tentar dotar-se dos mesmos meios, numa imparável corrida ao nuclear que, mais tarde ou mais cedo, se descontrolará e terminará numa catástrofe global.