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terça-feira, 25 de outubro de 2011

A crise do capitalismo?


150 anos depois de Marx profetizar para daí a pouco, a crise final do capitalismo, os seus seguidores, conscientes ou inconscientes, voltam à carga com o ódio ao capitalismo e com a “exigência” do seu desmantelamento. Pelo mundo fora, rebanhos de “indignados”, regurgitam os mesmos slogans de há 100 anos, acusando o capitalismo de todos os males.

É fácil, cómodo e mentalmente preguiçoso, acusar abstrações, mas acusar o capitalismo pela crise em que nos debatemos é como acusar o tráfego pelos acidentes.

Quem são então os responsáveis, por uma coisa e outra? As pessoas, é óbvio.

As pessoas que conduzem mal e as pessoas que abusam do seu poder ou da sua informação, na política e nos negócios.

O capitalismo é, até à data, em toda a história da humanidade, o melhor sistema que inventámos para criar riqueza, bens e serviços.

Não, não tem uma moralidade intrínseca, para além da liberdade que nos dá de fazer as nossas própria escolhas, sejam elas certas ou erradas.

Isso é bom, sob o ponto de vista moral, porque estimula a criatividade e esta traz benefícios que acabam por melhorar a vida de todos. Mas, não tendo o capitalismo uma regra moral intrínseca, é evidente que o abuso da liberdade pode conduzir à anarquia.

Foi isto que aconteceu? Foi a ganância de Wall Street , referida aqui como metáfora do mercado, que catalisou esta crise? Foi o mercado que falhou?

Rotundamente, não!

Na raiz do problema estão as distorções que as intervenções do estado, seguramente bem intencionadas, provocaram no funcionamento dos mercados, a saber:

  • A inundação do crédito barato, sob a batuta da Reserva Federal americana, no rescaldo do crash das dot.com.
  • A decisão política da Administração Clinton de, através das agências Fanny Mae e Freddie Mac, conceder triliões de dólares de crédito de risco, garantidos por hipotecas sem valor. A ideia de Clinton era garantir que todos os americanos pudesse ser proprietários da sua casas, mesmo que não pudessem pagar por elas.

Estas hipotecas incentivadas pelo governo federal e, por isso, tacitamente aceites como garantidas por ele, serviram de base à criação de imensos derivados, vendidos e revendidos numa pura lógica de mercado. É assim que funciona o capitalismo...constrói bens a partir dos materiais que tem à disposição e foi o governo que lhe colocou na mesa os materiais adulterados.

A ganância e a necessidade de sobreviver num mercado distorcido, fizeram o resto, mas disto não se pode acusar o capitalismo, apenas as pessoas.

É mais justo condenar o cabrito por comer a relva, ou quem lha pôs ao alcance? Devem condenar-se os indivíduos que aproveitaram as oportunidades, ou o estado que lhas colocou à frente e que, praticamente, lhas enfiou pela garganta abaixo?

Mas a esquerda anti-capitalista está-se nas tintas para estes factos inegáveis e profusamente referenciados, principalmente porque odeia o lucro. Este ódio busca raizes na ideia marxista de que o lucro é, por definição, o resultado da exploração do homem pelo homem. É, portanto, uma coisa má, um pecado mortal que merece condenação e ódio.

Assim sendo, os esquerdistas consideram como irrelevante o facto de o capitalismo ter melhorado para níveis inéditos as condições de vida de centenas de milhões de seres humanos. E, ainda que o socialismo tenha falhado rotundamente esse mesmo objectivo, em todas as latitudes onde foi experimentado, de algum modo acreditam que o socialismo é que há-de ser a solução. Trata-se de uma Fé, por definição imune aos factos e que perdura apesar deles.

Quando estes “indignados” protestam contra o capitalismo, estão a errar o alvo por muitas milhas. Os monopólios, os corporativismos, os negócios patrocinados pelos favores polítcos, são a antítese do capitalismo, entendido como mercado livre, sujeito apenas às regras de funcionamento que o tornem eficaz e fiável ( e essas regras sim, têm de ser vigiadas e aplicadas pelo Estado). Onde há monopólios não há competição e, por sistema, os preços sobem, os salários baixam e os bens e serviços perdem qualidade.

Muitos destes indignados são indivíduos genuinamente preocupados com o seu futuro, mas que não se apercebem que estão apenas a servir de testas de ferro e figurantes, numa peça regida por activistas profissionais, movidos pelo puro ódio ideológico ao capitalismo.

Nas universidades, tomadas de assalto pelos intelectuais orgânicos inspirados por Gramsci, estes jovens são endoutrinados nas velhas noções marxistas da luta de classes, amalgamadas no niilismo da pós-modernidade. Incapazes de perceber como funciona o sistema em que vivem, são facilmente manipulados pelas raposas velhas do activismo esquerdista, de resto bem financiadas, por dinheiros milionários apostados na destruição do sistema que os gerou. O caso de Soros é conhecido e está por detrás de centenas de organizações apostadas na implementação do socialismo, desde ONG's a estações de rádio e televisão.

Os problemas que esta gente pode criar não irão destruir o capitalismo, nem trazer novamente o desacreditado socialismo. Apenas criar caos, desordem, destruição e pobreza.

É esse, aliás, o objectivo do grande mentor do movimento “Occupy Wall Street”, o radical esquerdista, Stephen Lerner.